sábado, 25 de agosto de 2012

Genialidade Óbvia

A humanidade assistiu à passagem de inúmeros fenômenos humanos, alguns ilustres desconhecidos, como o jovem francês Evariste Galois, autor de um sistema de resolução de equações que só foi utilizado duzentos anos depois, com o advento do computador. Morreu aos vinte anos. Outros, tão iluminados que a própria história se ofuscou com sua presença: Galileu Galilei, Mozart, Da Vinci, Edgar Allan Poe e Van Gogh.

Destes, seleciono três como representantes dos outros. Todos com um problema em comum: a solidão.

Galileu, gênio matemático, passou a vida tentando o suicídio. A cada tentativa, uma observação do funcionamento da natureza o fazia postergar o ato.

Poe, gênio pensador, morreu aos quarenta e quatro anos do pior tipo de suicídio que se possa imaginar: alcoolismo. Sozinho.

Van Gogh, gênio visual, conseguiu modificar a maneira como vemos o mundo. Morreu como os outros, da própria solidão. Tão adiante no tempo que os medíocres contemporâneos o viam como um louco.

Apenas por estes três exemplos podemos concluir:

Deus periodicamente nos envia seus filhos mais iluminados para que nos alumiem com seu brilho o caminho a frente; esses lúmens vivos são seres de pura doação. Não esperam nada em troca, não buscam riqueza nem reconhecimento. Apenas produzem.

Como não poderia deixar de ser, estão tão adiantados mental e espiritualmente que sempre se encontram solitários, mesmo em meio às multidões. Imagine Galileu assistindo uma partida de futebol entre Corínthians e Flamengo em um Maracanã lotado. Ou Van Gogh nas arquibancadas do desfile das Escolas de Samba em pleno Carnaval. Ou Mozart no salão de um baile funk...

Talvez se vivessem nos dias de hoje, algum interamigo reconhecesse sua genialidade e pensasse em enviar um e-mail dizendo: EI! VOCÊ NÃO ESTÁ SOZINHO! ESTOU AQUI E PRECISO BEBER DA SUA SABEDORIA! SEI QUE NÃO TENHO A SUA GENIALIDADE, MAS POSSO OUVIR SE QUISER FALAR! 

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