sábado, 25 de agosto de 2012

O Encontro do Rapaz de Curralinho Com a Moça de Pau Grande


Amigos:
Estou contando a minha história, encorajado por uma que acabo de receber. Sou natural de uma cidade do interior chamada Curralinho. Conheci uma moça pela internet, em uma sala de bate-papo, cujo apelido era MENINA DE TROMBA. Eu pensava que esse nick era por que ela estava sempre trombuda, macambúzia. A moça era do Rio de Janeiro, de uma cidade chamada Pau Grande, a terra do Garrincha. Um dia marcamos encontro. Todo mundo na sala ficou sabendo do encontro do rapaz de Curralinho com a moça de Pau Grande.
Pensando na minha segurança, marcamos o encontro em um posto de gasolina na estrada, parada de caminhoneiros. Peguei minha bicicleta incrementada, coloquei uma garrafa de cachaça na garupa e rumei para o encontro. No meio do caminho, vi um sujeito vendendo pneus de bicicleta e comprei um, que coloquei no ombro. Era uma pechincha!
Ao chegar lá, no local indicado, havia um rapaz loiro, alto, forte, peito cabeludo, uns olhos azuis da cor do céu, ombros largos, que se apresentou como irmão da Menina de Tromba, que tinha vindo para me levar até ela.
Montei na minha bike, com a garrafa de cachaça no bagageiro e o pneu no ombro. Segui o rapaz, que foi caminhando ao meu lado. Eu até ofereci uma carona para ele, mas não aceitou. Eu disse:
- Se você quiser, pode montar aqui, atrás de mim...
Mas ele fez que não com a cabeça, balançando seus lindos cabelos loiros.
Me levou até um local ermo e apareceram mais dois sujeitos, que me agarram pelos braços.
Nesse momento, pensei: “Tô lascado!”
Um deles falou: “Vamos levar o que você tiver de valor!”
E eu pensei novamente: “Minhas pregas!”
Mas um deles já foi pegando a bicicleta. O outro falou: “Passa o anel pra cá!”
Eu já ia baixando as calças, quando um deles me deu um tapão na fuça, me segurou a mão e quase arrancou meu dedo, tentando tirar um anel do meu anelar.
Eu falei: ”Ah! É esse anel?”
O outro rosnou: ”Vai passando a rodinha!”
Lá fui eu baixando as calças de novo e outro tapão nas ventas. O cara me olhou esquisito e me tomou o pneu novinho que acabara de comprar.
O terceiro falou: “Passa a rosquinha pra cá!”
Novamente comecei a baixar as calças, enquanto pensava: “Agora lascou-se tudo!”
Tomei outro porradão. O cara meteu a mão na sacola com a garrafa de cachaça e ficou chateado. “Aqui só tem uma garrafa de cachaça! Não tem biscoito, doce, bala, nada! Só a cachaça!”
O terceiro deles, um negão imenso, forte, espadaúdo, parecia um touro de forte, com uma bermuda apertada, naquelas coxas grossas, colocou uma das mãos na minha nádega e falou: “Eu quero isso aqui...”
Aí eu pensei: “É agora que a vaca vai pro brejo!”
Foi nada! Ele meteu a mão no meu bolso e tirou a minha carteira. Levou a foto do Vampeta que eu tinha.
Me largaram ali, no meio do mato, humilhado. Eu ainda perguntei:
- Err... moço... devo ficar aqui esperando pela Moça de Tromba?
O loiro respondeu, meio entre os dentes:
- Era Moça de Trompa, idiota! Trompa! Trompete...
Não entendi, mas fica o meu recado: Gente de Curralinho! Cuidado com os rapazes de Pau Grande! 

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